Política

Delegado Ramagem acusa governo de temer a CPMI e revela rejeição de requerimentos

Parlamentar denuncia ação ostensiva do governo para esconder informações sobre os eventos de 8 de janeiro e promete relatório paralelo da CPMI

Por Redação

16/06/2023 às 13:01:42 - Atualizado há
Divulgação

O deputado federal Delegado Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), acusa o governo de temer a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro e revela que seus requerimentos foram rejeitados pelos parlamentares governistas.

Ramagem, cotado para ser sub-relator da CPMI, propôs requerimentos para investigar a suposta omissão do ministro da Justiça, Flávio Dino, e o planejamento da viagem do presidente Lula a Araraquara durante os atos de vandalismo. No entanto, o governo blindou Dino e as informações sobre o voo presidencial, além de impedir a participação de outros personagens importantes, como o General Gonçalves Dias e Saulo Moura.

Os requerimentos relacionados às câmeras de segurança do Itamaraty, que poderiam identificar os depredadores dos prédios públicos, também foram negados pelos parlamentares governistas.

Ramagem destaca que a ação ostensiva do governo visa esconder informações sobre os eventos de 8 de janeiro. No entanto, a oposição promete reapresentar os requerimentos rejeitados até que sejam aprovados.

O deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), presidente da CPMI, também afirmou que pautará os documentos na próxima sessão do colegiado.

Ramagem revela que a oposição está elaborando um relatório paralelo da CPMI para garantir que os fatos e as questões jurídicas não sejam deixados de fora. O objetivo é investigar e indicar possíveis delitos, encaminhando as informações às autoridades competentes.

Questionado sobre a atuação da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI e aliada do ministro da Justiça, Ramagem critica sua parcialidade e o plano de trabalho elaborado por ela, que teria sido criado sob a ótica do governo.

O deputado ressalta a importância de acessar as câmeras do Itamaraty para compreender como ocorreu a entrada nos prédios dos Três Poderes e suspeita que tenha sido o mesmo grupo responsável pela depredação em cada um deles.

Ramagem comenta a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de liberar os inquéritos sobre o 8 de janeiro após a conclusão das investigações. Ele espera que todos os processos sejam entregues à CPMI.

Sobre as oitivas do ex-ministro Anderson Torres e do Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Ramagem afirma que o governo inventa ligações entre esses personagens e os eventos de 8 de janeiro, mas não há evidências disso.

Ao ser questionado sobre o sentimento que levou as pessoas a depredarem os prédios públicos, o deputado aponta que o grupo era composto por desorientados e criminosos, mas ressalta que as forças de segurança tinham ciência do que poderia acontecer e permitiram a chegada deles à Praça dos Três Poderes. Ele defende que aqueles que permitiram a aproximação dos manifestantes também sejam responsabilizados.

Sobre o futuro da CPMI, Ramagem reconhece as dificuldades, mas destaca a importância de defender o que é certo, buscar a verdade e esclarecer todos os caminhos por meio da investigação.

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