Lula proíbe celulares em reunião com ministros: Medida inusitada visa evitar vazamentos

No Palácio do Planalto, na última quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conduziu uma reunião de nove horas com seus 37 ministros. O encontro, marcado pelo impasse em torno do nome da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, ganhou destaque por uma medida inusitada solicitada por Lula e seus assessores: todos os participantes foram orientados a deixar seus celulares do lado de fora da Sala Suprema. A revista Veja foi a responsável por divulgar essa informação.

A intenção por trás dessa decisão era evitar possíveis vazamentos de trechos da reunião. Os assessores próximos aos ministros também foram impedidos de adentrar o recinto durante as nove horas de discussões.

De acordo com a Veja, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, precisou sair da reunião para utilizar o telefone de um auxiliar no segundo andar do Palácio do Planalto.

Essa foi a terceira reunião ministerial realizada pelo presidente Lula desde o início do ano. O primeiro encontro ocorreu em 6 de janeiro, logo após sua posse. Já o segundo ocorreu em 10 de abril, para realizar um balanço dos 100 primeiros dias de governo.

Lula busca que os ministros liberem cargos para "salvar" a articulação política

Durante a reunião, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, revelou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou aos ministros que avancem com as nomeações dos cargos que ainda não foram oficialmente designados em suas pastas, com o objetivo de auxiliar o governo na articulação com o Congresso Nacional.

"O presidente reiterou o pedido para que todos apoiem e ajudem Padilha a cumprir os compromissos que ele assumiu - uma vez que tem uma quantidade de cargos que foram indicados na negociação da composição do governo, e os ministérios ainda não colocaram no sistema essas indicações", afirmou Rui Costa.

Segundo informações do site da CNN, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação com o Congresso, pressionou pela liberação dos cargos durante a reunião. A reportagem também mencionou a existência de uma lista com aproximadamente 400 nomes que já foram encaminhados para sua pasta, mas os ministérios ainda não iniciaram os procedimentos burocráticos para aprovar essas indicações. Padilha mencionou nomes que estão travados há três meses e pediu aos ministros que sejam mais receptivos aos parlamentares.

Rui Costa complementou: "A articulação política liderada por Padilha requer a contribuição de todos. O pedido do presidente foi para uma colaboração mútua, para que todos trabalhem em sintonia e no mesmo tom."