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STF valida uso da delação premiada em ações de improbidade, ampliando ferramenta contra irregularidades no setor público

Maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal vota a favor do uso da colaboração premiada para investigar atos de improbidade administrativa

Por Redação

26/06/2023 às 10:51:45 - Atualizado há
Foto: Reprodução

Em uma importante decisão que promete fortalecer o combate à corrupção e irregularidades no setor público, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou a favor da validação do uso da delação premiada nas ações de improbidade administrativa. Essa prática, conhecida como colaboração premiada, é um meio eficaz de obtenção de provas, permitindo que infratores reduzam suas punições em troca de cooperação com os investigadores.

Inicialmente prevista na legislação de combate às organizações criminosas, a colaboração premiada agora poderá ser aplicada também nas ações de improbidade, no âmbito civil. Esse tipo de processo é utilizado para enfrentar irregularidades no poder público, como enriquecimento ilícito e lesão aos cofres públicos, e não se trata de uma ação criminal.

O voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, estabeleceu diretrizes importantes para o uso da colaboração premiada nesse contexto. De acordo com suas balizas, o acordo firmado pelo Ministério Público deve ser submetido ao juiz para análise detalhada. O magistrado será responsável por validar o documento, verificando se o acordo foi celebrado de acordo com a lei e se o colaborador o fez de forma voluntária. Além disso, a palavra do colaborador não será suficiente para iniciar uma ação por ato de improbidade, sendo necessário apresentar outras provas.

Vale ressaltar que os acordos já firmados pelo Ministério Público antes da decisão do Supremo serão preservados, desde que haja a previsão de ressarcimento do dano, tenham sido homologados pela Justiça e cumpridos pelo beneficiado. Os ministros Dias Toffoli, Edson Fachin, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia acompanham a posição de Moraes.

A relevância dessa decisão transcende o caso em análise e alcança toda a jurisprudência brasileira, uma vez que o tema possui repercussão geral. Isso significa que a determinação do STF deverá ser aplicada em casos semelhantes em instâncias judiciais inferiores, ampliando o alcance da delação premiada como importante instrumento no combate às irregularidades no setor público.

O caso concreto discutido pela Corte envolve uma ação de improbidade no Paraná, tendo como base as irregularidades de uma organização criminosa formada por agentes públicos da Receita Estadual do estado, que buscavam obter vantagens indevidas de empresários do setor cafeeiro.

O julgamento prossegue no plenário virtual até as 23h59 do dia 30 de junho. Nesse formato de deliberação, os ministros apresentam seus votos em uma página eletrônica da Corte, demonstrando o compromisso do STF em conduzir o processo de forma ágil e eficiente.

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