PGR solicita envio de dados de todos os seguidores de Bolsonaro pelas redes sociais

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou um pedido para que todas as redes sociais em que o ex-presidente Jair Bolsonaro tem conta compartilhem um arquivo contendo a lista completa e os dados de identificação de todos os seus seguidores. A solicitação da PGR foi enviada para análise do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

O magistrado é o relator do inquérito que investiga se o ex-mandatário cometeu crime ao postar e posteriormente apagar um vídeo com ataques ao sistema eleitoral, dois dias após os atos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro. O subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, solicitou que as redes sociais "indiquem a possível instigação de atos violentos contra o Estado Democrático de Direito".

Embora o vídeo em questão tenha sido postado após os atos antidemocráticos de janeiro, o subprocurador ressaltou que isso não impede a investigação de outros possíveis crimes cometidos por Jair Messias Bolsonaro. A PGR informou em nota que o objeto em análise pode configurar, isoladamente, a prática de outras condutas criminosas por parte do ex-presidente, além da continuidade das investigações sobre eventuais incitações ou participações nos atos antidemocráticos no âmbito do Inquérito 4.921.

Dentre as redes sociais mencionadas no documento, o ex-presidente Bolsonaro possui aproximadamente 15 milhões de seguidores no Facebook, 25,3 milhões no Instagram, 11,4 milhões no Twitter, 6,47 milhões no YouTube, 5,5 milhões no TikTok e 426 mil no LinkedIn.

Caso o pedido seja acatado por Moraes, as redes sociais serão requeridas a encaminhar à PGR a "integralidade das postagens referentes a eleições, urnas eletrônicas, Tribunal Superior Eleitoral, Supremo Tribunal Federal, Forças Armadas e fotos e/ou vídeos com essas temáticas" feitas por Bolsonaro. Além disso, deverão fornecer "em formato .pdf, a lista completa com os nomes e dados de identificação dos seguidores de Jair Messias Bolsonaro". As plataformas também deverão apresentar o número de visualizações, curtidas, compartilhamentos, retweets, comentários e outras métricas relacionadas às redes sociais do ex-presidente.

A PGR também solicita a identificação de "eventuais autoridades com foro por prerrogativa de função junto ao Supremo Tribunal Federal que tenham feito publicações semelhantes". As empresas devem identificar e fornecer os respectivos dados das pessoas que tenham repostado/retweetado as postagens mencionadas e que possuam mais de dez mil seguidores, permitindo a análise do alcance e impacto das publicações originais.