SaĂșde Medicamentos e insumos

"Sistema de saúde está à beira de um colapso", dizem especialistas

As medicações de sedação foram as principais atingidas. Existem medicamentos que tiveram aumento de 100%, 1000% e atĂ© 2.900%

Por Da assessoria

30/03/2021 às 12:27:27 - Atualizado hĂĄ

O Brasil voltou a registrar nesta quarta-feira (17) nĂșmeros assustadores na pandemia de coronavĂ­rus. Pela primeira vez, a média móvel de óbitos causados pela Corona VĂ­rus ultrapassou 2.000 vĂ­timas — o Ă­ndice chegou a 2.031 mortes, o mais alto de toda a pandemia pelo 19Âș dia seguido.

Nos hospitais pĂșblicos e provados, proliferavam relatos de represamento de pacientes em leitos de emergĂȘncia, dificuldade para conseguir transferĂȘncias entre estabelecimentos e, como se não bastasse, a falta e o aumento de preços de insumos.

Profissionais de saĂșde relatam que a sĂșbita piora da pandemia traz sinais de esgotamento à rede de atendimento. A farmacĂȘutica do Hospital Santa Maria, Renata Evangelista Rocha Duarte, relata que com o aumento de casos, os hospitais vivenciam novamente o sofrimento com a falta e aumento dos preços de insumos, a mesma ocorrida no primeiro pico da pandemia em 2020.

"Esse impacto considerĂĄvel na compra de medicamentos ocorre por dois fatores, primeiro porque não estamos encontrando a quantidade utilizada diariamente nos hospitais para atender a demanda de paciente que estĂĄ no hospital. E além da escassez, quando os produtos são encontrados, estão sendo comercializados com um enorme valor agregado, com produtos que chegam a ter alta de até 2.900%", relata.

Segundo a farmacĂȘutica, o aumento de preços foi em boa parte dos medicamentos, no entanto, a grande discrepância estĂĄ nos sedativos, os principais medicamentos usados para os pacientes entubados. "Então, além da dificuldade de encontrar o produto, quando encontramos, o valor é exorbitantemente mais alto do que os hospitais estavam acostumados a comprar. Tudo aumentou, mas as medicações de sedação foram as principais atingidas. Existem medicamentos que tiveram aumento de 100%, 1000% e até 2.900%", revela.

É o caso do rocuronio, um sedativo que era vendido até o inĂ­cio de 2021 por R$ 16,00 a ampola. Porém, nesta quarta-feira veio a surpresa. O medicamento estava sendo comercializado por R$ 470,00 no mercado, um aumento de 2.900. De acordo com Renata, a situação dificulta manter o estoque de produtos dos hospitais. "Uma vez que os planos de saĂșde não pagam o atual valor de compra dos medicamentos. Conforme a tabela de cada plano, o valor pago é fixo, não oscila com a variação de preços, e, muitas vezes, não chega a custear 50% do uso da medicação", completa.

Renata faz parte de um grupo de compradores de todo Brasil e afirma que essa dificuldade de compra e preços elevados tĂȘm sido comuns em outros estados
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