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Mãe e filha escrevem livro juntas durante a Pandemia

Por Assessoria de Imprensa

15/12/2021 às 10:13:15 - Atualizado há

Conheça as confidências vividas e inventadas das autoras de 'Gira, o livro' escrito por Daniela Cais Chieppe (mãe) e Letícia Cais Chieppe Carvalho (filha).

De onde surgiu a ideia de escrever o livro Gira, o livro?


A ideia de escrever um livro juntas existia por sugestão da Cris Guerra, mas seria um outro livro, uma história nossa.

Daí, em razão da pandemia, do isolamento e de todas as incertezas do momento, a Letícia teve uma crise de ansiedade.

Eu, como mãe, queria poder ajudá-la e propus um jogo: palavras aleatórias deveriam expressar sentidos em textos e assim nos divertiríamos observando as diferenças e as semelhanças desses sentidos.

Quando nos deparamos com os primeiros 12 textos, percebemos que havia um movimento muito interessante surgindo e compartilhamos esses textos com outras pessoas que nos incentivaram a transformá-los em livro. Continuamos a escrever, acrescentamos palavras e o resultado foi nos encorajando a publicar.

Foi um processo conjunto, repleto de afeto.


É o primeiro livro de vocês? Como foi o processo de escrita, quem escreveu o que? E quanto tempo levaram para escrever o livro?


Sim, é o primeiro. Colocamos palavras em potes e escrevemos cada uma 39 textos. A ordem da escrita não foi a mesma, cada uma escreveu segundo o sorteio de seu pote e temos métodos de escrita diferentes – enquanto Daniela escrevia trazendo a palavra no corpo do texto, com luz indireta; Letícia partia da palavra em si e se guiava por ela, com luz direta.

O livro foi escrito entre junho e dezembro de 2020. Nos intervalos do trabalho e das aulas – como um passatempo mesmo, que permitiu à mãe e filha aquietar suas angústias do período isolado, com uma produtividade prazerosa. Sem nenhuma cobrança de tempo, de entrega, a única regra foi o prazer em escrever.


Quais foram os assuntos que surgiram e surpreenderam vocês mesmo com a relação mãe e filha estabelecida? O que vocês não sabiam uma da outra?


Eu, como filha, pude perceber ali naqueles textos uma pessoa independente de mim. A maternidade é pesada, não é algo fácil.

E nós filhos temos a tendência a enxergar nossos pais como seres que não falham, seres que não sentem medo, que não sentem as incertezas e inseguranças comuns a todos nós. Eu queria muito que a minha mãe tivesse a resposta para as minhas angústias dos últimos anos, mas o que ela fez foi me mostrar que mães não são esses seres mágicos idealizados por nós que carregam em si todos os remédios do mundo.

E isso é melhor que uma resposta, isso é um ponto de conexão. É a partir daí que eu assumo um papel de buscar minhas próprias respostas.

Esta é a pergunta mais difícil. Acho que eu (mãe) não me surpreendi com as histórias em si, porque de fato temos uma relação próxima, com todos os conflitos cabíveis à relação de mãe e filha, intergeracional... além do momento atípico de estarmos juntas 24h/dia, 7 dias por semana. Mas, eu faço uma análise sobre a nossa entrega e como encaramos o momento – primeiro, como mãe, minha preocupação era que ela pudesse ver leveza nas dificuldades, eu buscava um tom otimista, memórias de situações engraçadas, descoladas da pandemia (à medida do possível), Letícia mais compenetrada, vivendo o que a ansiedade reserva, portanto, com textos que refletem essas circunstâncias, alguns desabafos. Por vezes, a filha mais madura que a mãe.

Esses caminhos de escrita mostram que algumas palavras, Dobradiça, por exemplo, nos levou para lugares totalmente diferentes; no entanto, em outras, mesmo sem combinar, nos encontramos no mesmo lugar – Cheiro, remeteu nós duas para a cidade de Batatais, onde eu nasci e ela visitou por longos anos na infância.


O livro fala sobre assuntos mais espinhentos como o tédio, a prisão tecnológica, os meses de um mundo parado, a inveja. Mas também fala de leveza liberdade, sobre o que foi mais prazeroso escrever?


Interessante é que nada foi pesado ou ruim de escrever. Vendo os textos prontos, alguns ainda são gostosos de ler, a gente pega amor por uns, outros, não. Mas, na hora de escrever foi fluente, um exercício de memória, evocação, cuidados.


Como foi o processo de escolha do nome do livro?


O primeiro título escolhido foi "Gerações e Girassóis", mas, quando chegou a hora de dar nome a ele pensamos em fugir do óbvio e propor, já no título, que o livro fosse uma experiência para o leitor, como foi para nós.

O verbo girar denota esse rodízio de possibilidades. O livro pode ser lido da forma que o leitor quiser, sem ordem certa. As palavras também podem ser multiplicadoras de sentidos, as histórias podem levar a outras histórias, outros sentidos... E, por fim, a ideia de alternância entre nós e nossas confidências vividas ou inventadas.


Para quem se interessou, onde encontrar o livro?


O livro, em formato impresso está à venda no site da Editora Gulliver. O Ebook está à venda em todas as plataformas digitais.

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