Agronegócio Agropecuária

Pecuaristas mostram que é possível produzir carne de forma sustentável

Liga do Araguaia, formada por 60 fazendeiros de Mato Grosso, está recuperando pastagens, integrando a lavoura com a criação de gado e ofertando mais bem-estar aos animais.

Por GG Notícias

14/03/2022 às 10:00:00 - Atualizado há

Um grupo de cerca de 60 fazendeiros de Mato Grosso está mostrando que é possível aliar produção de carne com sustentabilidade. Há sete anos, eles decidiram fundar a Liga do Araguaia, uma rede de pecuaristas que, atualmente, ocupa 149 mil hectares em onze municípios do estado.

Os pecuaristas que "deram liga" se uniram depois de discutirem a imagem da pecuária brasileira no exterior, que não está muito positiva, diante de um mercado que, cada vez mais, exige uma carne vinda de locais que respeitem a natureza.

"Não podemos virar a cara e achar que tudo o que foi feito até aqui estava certo. [...] Temos que ter humildade de reconhecer. Vamos buscar o que for possível com a academia, ciência, e, assim, continuar produzindo", diz o fazendeiro Alexandre Annicchino.

Recuperação de pastagem

Uma das ações da Liga é a fazer a recuperação das pastagens. Esta é muito importante para evitar que novas áreas sejam desmatadas. Além disso, uma vegetação saudável é essencial para uma maior absorção de CO2.

Quando se diz que a vegetação remove gás carbônico da atmosfera significa o seguinte: toda planta, através da fotossíntese, retira o CO2 do ar. É graças a este que a planta vai crescer. O carbono vira raízes, folhas e galhos. E o oxigênio é liberado para o ar.

No Brasil, quase todo o gado é criado a pasto. Mas estimativas da Embrapa apontam que, de 165 milhões de hectares destinados à pecuária, cerca de 60% estão fracos ou até completamente degradados.

Intensificação

Além da maior absorção de CO2, pasto bom é igual a mais comida para o gado e mais animais podendo pastar em uma mesma área: é a chamada intensificação de pastagem, que compensa o custo da renovação.

Em uma das propriedades da Liga, na Fazenda Água Preta, em Cocalinho, o capim, além de sustentar o gado, vira silagem, um alimento para o gado na fase de engorda, quando ele fica confinado.

Um deles é o metano, que é 20 vezes pior que o CO2 quando se fala em aquecimento global.

Bezerro que recebe massagem

O bem-estar animal também faz parte das práticas dos pecuaristas da Liga.

Na Fazenda Fortaleza, em Barra do Garças, os bezerros recebem massagem sempre que passam por algum manejo. Além disso, o rebanho é tocado sem nenhum grito.

Integração com a lavoura

Já na Fazenda Água Viva, no município de Cocalinho, além de áreas que estão sendo reflorestadas, há outras onde tem sido feita a integração entre a lavoura e a pecuária.

Por lá, a soja é plantada durante o período das águas, enquanto a pastagem entra na época da seca. A integração tem gerado diversos benefícios para a propriedade, como a disponibilidade de forragem de qualidade, além da melhora do desempenho dos animais.

"Uma vez que [a integração] melhora o desempenho dos animais, reduz o tempo de abate. Você melhora a lucratividade da fazenda e diminui, por quilo de carne produzida, a quantidade de metano emitida no ar", diz o agrônomo Eduardo Pereira, diretor da Agropecuária Água Viva.


FONTE: GLOBO RURAL

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