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A escassez crônica de cadáveres que afeta a formação de médicos no Brasil

Universidades lutam para conscientizar a população sobre a importância da doação de corpos para a ciência médica

Por Redação

08/06/2023 às 13:00:00 - Atualizado há
Reprodução

Desde o início dos tempos, o estudo do corpo humano tem sido essencial para a formação de médicos em todo o mundo. No Brasil, no entanto, universidades renomadas enfrentam um desafio crônico que ameaça o aprendizado de seus alunos: a falta de cadáveres disponíveis para ensino e pesquisa. Essa escassez afeta diretamente a qualidade da formação médica no país, prejudicando a capacidade dos futuros profissionais de adquirir habilidades práticas indispensáveis para sua atuação.

Um levantamento realizado pela BBC News Brasil revelou que das 30 universidades públicas mais bem avaliadas no ranking Universitário da Folha (RUF) 2019, apenas duas afirmaram ter uma quantidade satisfatória de cadáveres disponíveis. Das restantes, 17 relataram enfrentar a falta crônica de corpos para estudo e pesquisa, enquanto outras sete ainda estão montando programas de anatomia ou não têm condições de mantê-los adequadamente.

A falta de cadáveres disponíveis tem levado muitos alunos a buscarem cursos no exterior, especialmente nos Estados Unidos e Canadá, onde a disponibilidade de corpos para dissecação é maior. Essa migração de estudantes brasileiros em busca de uma educação médica mais completa é uma consequência direta da falta de recursos e doações pela sociedade civil no Brasil.

A doação de corpos para a ciência é uma prática que ainda é pouco difundida no país, mas que pode ser uma alternativa viável para suprir essa carência. Atualmente, existem 39 programas de doação voluntária de corpos mantidos por universidades brasileiras, e embora esse número ainda seja baixo em comparação ao número de instituições de saúde, é considerado um dado positivo, pois a maioria desses programas surgiu nos últimos anos.

No entanto, é importante ressaltar que o número de doações ainda é insuficiente para suprir a demanda. A falta de conhecimento e conscientização na sociedade sobre a importância da doação de corpos é um dos principais obstáculos a serem enfrentados. Muitas pessoas mostram-se dispostas a doar quando conhecem a possibilidade, mas ainda é necessário ampliar os esforços para alcançar um número significativo de doadores.

Além da escassez de doações, a falta de recursos financeiros nas universidades públicas agrava ainda mais a situação. Manter corpos em laboratórios adequados requer altos custos, incluindo tanques de aço inoxidável para armazenamento, troca regular do líquido de conservação, limpeza cuidadosa dos cadáveres e vias aéreas, e câmaras de coleta e empresas especializadas para o descarte adequado. Os cortes de verbas nos últimos anos.

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