Política

Janja, a Primeira-Dama Influente: Poder de Veto e Interferência no Governo

Janja, esposa do presidente, causa insatisfação em aliados ao tomar decisões sobre economia, segurança pública e publicidade, segundo O Estado de S. Paulo

Por Redação

19/06/2023 às 06:45:00 - Atualizado há
Agência Brasil

No palco político, algumas figuras têm a capacidade de exercer influência significativa nos bastidores do poder. De acordo com uma reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo, a primeira-dama Janja é uma dessas figuras controversas que desempenham um papel de destaque no Palácio do Planalto. Ela possui um poder de veto e interfere em áreas estratégicas como economia, segurança pública e publicidade, o que tem gerado insatisfação entre aliados governamentais.

Mesmo sem ocupar uma função formal no governo, Janja conquistou um escritório de 25 metros quadrados, localizado ao lado da sala presidencial no terceiro andar do Palácio do Planalto. A partir desse ponto de controle, ela tem ampliado gradativamente sua influência sobre as decisões governamentais. Desde os primeiros dias do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, Janja expressou o desejo de "ressignificar" o papel de primeira-dama. Desde então, a socióloga tem participado de reuniões com ministros e dado palpites nas áreas econômica, social e política.

No entanto, o impacto de Janja não se restringe a esses aspectos. A reportagem do Estadão revela que ela também faz considerações sobre a relação do Palácio com os militares e afasta Lula de deputados e senadores. Além disso, Janja tem o poder de determinar mudanças, trocas e até vetos em campanhas publicitárias importantes para o governo. Caso ela não aprove uma proposta, a propaganda simplesmente não segue adiante.

Mas como exatamente Janja interfere no governo? O ministro da Casa Civil, Rui Costa, estaria entre os insatisfeitos com a influência da primeira-dama. Costa acredita que Janja prejudica a articulação política do governo, impedindo que o presidente estabeleça contatos com parlamentares. Outro descontentamento surgiu em uma reunião com a presença de ministros, na qual Janja acusou o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, de não "proteger" Lula adequadamente. Esses episódios geraram constrangimento e tensão no governo.

Curiosamente, Janja tem aumentado sua proximidade com Monteiro recentemente, buscando uma aproximação depois dos desentendimentos anteriores. Essa dinâmica imprevisível adiciona uma camada adicional de complexidade aos bastidores do poder.

Outro aspecto que tem chamado a atenção é a equipe que trabalha com Janja. Em um vídeo publicado por ocasião do Dia da Mulher, ela apresentou seu "gabinete" no Planalto, mostrando três funcionárias que atuam ao seu lado. Embora não existam atos administrativos formais para a criação de um "Gabinete da Primeira-Dama", duas servidoras foram designadas para atender exclusivamente Janja, com salários que chegam a R$ 16 mil por mês. Além disso, uma ex-sócia da primeira-dama foi contratada como assessora especial da Presidência, recebendo um salário mensal de R$ 13,6 mil. Essa contratação gerou especulações, já que a assessora deveria acompanhar Lula, mas tem viajado com Janja em agendas nas quais o presidente não está presente.

A influência exercida por Janja no governo tem gerado controvérsia e críticas. Enquanto alguns veem sua participação como uma oportunidade para uma visão mais diversificada e abrangente das decisões governamentais, outros a consideram uma interferência indesejada que afeta a dinâmica política e a capacidade de governança do presidente. Independentemente das opiniões divergentes, fica evidente que Janja se tornou uma figura influente nos corredores do poder, com o poder de veto e uma capacidade notável de moldar a agenda política do país.

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