PolĂ­tica

Ex-chefe do GSI nega responsabilidade e aponta outro general pelo 8 de janeiro

General Gonçalves Dias depõe na CPI do Distrito Federal e isenta-se de receber alertas e fraudar documentos

Por Redação

22/06/2023 às 15:00:00 - Atualizado hĂĄ
Foto: Rute Moraes

No depoimento à CPI do 8 de janeiro do Distrito Federal, o General Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou que o General Carlos José Russo Assumpção Penteado, então secretĂĄrio-executivo do GSI, não repassou informações sobre as manifestações ocorridas na Praça dos TrĂȘs Poderes.

Segundo G. Dias, ele entrou em contato com Penteado às 14 horas do domingo, dia 8, e foi informado de que tudo estava normal e tranquilo no Planalto e arredores. O ex-ministro também mencionou que perguntou a Penteado sobre a ausĂȘncia do bloqueio do Plano Escudo, que é a estratégia de segurança para proteger as instalações do Planalto. Após constatar a situação no local, G. Dias solicitou ao General Gustavo Henrique Dutra de Menezes, chefe do Comando Militar do Planalto, que reforçasse a segurança. No entanto, os manifestantes conseguiram romper o Ășltimo bloqueio da PolĂ­cia Militar (PM) antes de chegar ao Planalto.

O General Penteado é considerado um aliado do General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI durante o governo de Jair Bolsonaro. Penteado assumiu o cargo de secretĂĄrio-executivo do GSI durante a gestão de Bolsonaro e foi mantido por G. Dias até 8 de janeiro, quando foi exonerado após os ataques.

Ao ser questionado sobre o motivo de manter no cargo um servidor da gestão anterior, G. Dias afirmou que acredita no Exército e que esta é uma instituição de Estado, não de governo. Ele admitiu que, se errou ao mantĂȘ-lo no cargo, assume a responsabilidade. O ex-ministro ressaltou ainda que não houve uma transição adequada por parte do General Heleno em relação às manifestações em frente aos quartéis-generais.

Dias também negou ter recebido alertas oficiais da AgĂȘncia Brasileira de InteligĂȘncia (Abin) e ter fraudado documentos. Até o momento, ele é o Ășnico ministro exonerado em decorrĂȘncia do episódio do 8 de janeiro, deixando o cargo em abril deste ano.

Além disso, imagens divulgadas pela CNN mostram G. Dias aparentemente escoltando os manifestantes de um lugar para outro. Durante a CPI, ele explicou que essa ação fazia parte de uma estratégia para prender os manifestantes no segundo andar do Planalto, evitando derramamento de sangue. Após realizar as prisões, o então ministro recebeu uma ligação do ministro da Justiça, FlĂĄvio Dino, convidando-o para o PalĂĄcio da Justiça e informando que Ricardo Cappelli seria o novo interventor do Distrito Federal.

O depoimento de Gonçalves Dias traz novas informações e perspectivas sobre os eventos do 8 de janeiro, apontando para a responsabilidade de outro general e buscando esclarecer seu papel na segurança durante as manifestações. A CPI segue investigando os desdobramentos desse dia histórico e suas implicações no cenĂĄrio polĂ­tico do paĂ­s.

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