Treinadores estrangeiros na seleção brasileira: relembre os pioneiros que marcaram história

A seleção brasileira é conhecida por ter uma rica história no futebol, e isso inclui também a presença de técnicos estrangeiros à frente da equipe. Enquanto Carlo Ancelotti desperta o interesse da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para comandar o Brasil rumo à Copa de 2026, não seria a primeira vez que um estrangeiro assumiria esse papel. Vamos relembrar três treinadores pioneiros que marcaram história na seleção.

Ramón Platero - Uruguai - 1925 O uruguaio Ramón Platero foi o primeiro estrangeiro a treinar a seleção brasileira e o único a fazê-lo em uma competição oficial. Ele conquistou o título sul-americano como treinador do Uruguai em 1917 e, dois anos depois, chegou ao Brasil para trabalhar no Fluminense. Sua passagem também incluiu passagens por Flamengo e Vasco.

Em 1925, durante o Campeonato Sul-Americano (antiga versão da Copa América), Platero teve a oportunidade de dirigir o Brasil. Apesar do curto período de apenas 19 dias no comando da seleção, ele comandou o time em quatro partidas. O Brasil obteve uma vitória contra o Paraguai por 5 a 2, mas acabou sendo derrotado pela Argentina por 4 a 1. Após vencer novamente o Paraguai por 3 a 1, o Brasil enfrentou a Argentina em um jogo tumultuado, que terminou empatado em 2 a 2. Essa confusão gerou protestos e resultou na exclusão do Brasil das edições seguintes da Copa América até 1937.

Joreca - Portugal - 1944 Jorge Gomes de Lima, conhecido como Joreca, foi o único treinador europeu a comandar a seleção brasileira. Nascido em Lisboa, ele chegou ao Brasil ainda jovem e iniciou sua carreira no futebol como jornalista. Após se destacar como comentarista de rádio, Joreca decidiu seguir a carreira de treinador. Sua estreia ocorreu em 1943, quando conquistou o título paulista pelo São Paulo.

Em 1944, Joreca teve a oportunidade de treinar a seleção brasileira ao lado de Flávio Costa, lendário treinador de Flamengo e Vasco. Juntos, comandaram a equipe em dois amistosos contra o Uruguai, com duas vitórias expressivas: 6 a 1 e 4 a 0. Joreca também teve passagens pelo Corinthians antes de falecer em 1949.

Filpo Nuñez - Argentina - 1965 Filpo Nuñez foi o único argentino a treinar a seleção brasileira, embora em uma situação peculiar. Em 1965, ele era o técnico do Palmeiras quando a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) decidiu que o clube representaria o Brasil em um amistoso de inauguração do Mineirão contra o Uruguai. Dessa forma, Nuñez assumiu o papel de treinador da seleção por um dia e conquistou uma vitória por 3 a 0.

Apesar de ser considerado interino nas estatísticas, Nuñez teve uma carreira longa como treinador, com destaque para o título do Torneio Rio-São Paulo de 1965 com o Palmeiras. Faleceu em 1999 e era tio do atual treinador argentino Eduardo Coudet.

A presença desses treinadores estrangeiros na seleção brasileira é um marco importante na história do futebol. Suas contribuições ajudaram a moldar a trajetória da equipe nacional e mostram a diversidade e a influência internacional no esporte mais popular do Brasil.