Política

Viagens de Lula ao exterior geram polêmica e ultrapassam R$ 7 milhões em gastos com hospedagem

Comitiva presidencial desfruta de hotéis luxuosos financiados pelo dinheiro público em viagens internacionais

Por Redação

26/06/2023 às 14:30:00 - Atualizado há
Foto: Ricardo Stuckert

Nas cinco primeiros meses deste ano, o presidente Lula embarcou em seis viagens internacionais a nove países, acumulando uma fatura impressionante: mais de R$ 7,3 milhões gastos somente com hospedagem, de acordo com informações fornecidas pelo Ministério das Relações Exteriores à Folha de S.Paulo.

Essa quantia exorbitante inclui os gastos com hotéis para Lula, sua companheira Janja e toda a comitiva presidencial. Cabe ressaltar que esse valor não leva em consideração a última viagem de Lula à Itália e à França, nem outros gastos adicionais, como aluguel de carros e contratação de intérpretes. Durante essas viagens aos nove países nos primeiros meses de seu governo, o presidente optou por hospedar-se em hotéis de luxo, com alto padrão, tudo custeado pelos cofres públicos.

Nos Estados Unidos e nos Emirados Árabes, somente a acomodação de Lula foi financiada pelos governos anfitriões. Em solo americano, o presidente foi hospedado na Blair House, residência oficial do governo norte-americano destinada a chefes de Estado em visita ao país. Já em Abu Dhabi, o governo local arcou com os custos da hospedagem de Lula no luxuoso Emirates Palace Mandarin Oriental.

O maior gasto com hospedagem da comitiva presidencial ocorreu na China, totalizando R$ 1,8 milhão durante uma viagem de quatro dias em abril. Tanto em Xangai quanto em Pequim, Lula desfrutou de hotéis de alto padrão: o Fairmont Peace Hotel, na primeira cidade, e o St. Regis, na capital chinesa.

Na comitiva de Lula estavam presentes o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cinco governadores, oito ministros de Estado, 26 parlamentares e empresários renomados. Surpreendentemente, até João Pedro Stédile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que estava envolvido em invasões de propriedades rurais no Brasil durante o "Abril Vermelho", acompanhou a viagem ao país oriental.

Foto: Reprodução/Twitter

A visita à China incluiu a participação de Lula na posse de Dilma Rousseff (PT) como presidente do Banco dos BRICS, bem como encontros com o ditador chinês, Xi Jinping. O Itamaraty afirma que essa viagem faz parte de uma estratégia de reaproximação com o país governado pelo Partido Comunista Chinês (PCC), especialmente após o relacionamento tenso entre Brasil e China durante o governo de Jair Bolsonaro.

Bolsonaro, conhecido por suas críticas às ditaduras comunistas, chegou a cortar relações com a Venezuela, governada por Nicolás Maduro, com quem Lula já reatou contatos. Além das viagens à China, as despesas mais elevadas com hospedagem foram registradas durante as visitas de Lula ao Reino Unido (R$ 1,4 milhão), Portugal (R$ 1 milhão) e Espanha (R$ 815 mil). Em maio, Lula esteve em Londres para a cerimônia de coroação do rei Charles III.

Curiosamente, a viagem com o menor custo de hospedagem para a comitiva brasileira foi a ida a Montevidéu. Lula chegou ao Uruguai pela manhã de 25 de janeiro e não pernoitou na cidade. Após um encontro com o presidente Luis Lacalle Pou, retornou ao Brasil no mesmo dia. No entanto, a comitiva teve despesas de hospedagem no valor de R$ 59 mil.

Durante a visita à Argentina, a comitiva presidencial gastou R$ 716 mil com hospedagem durante os quatro dias de estadia em janeiro. Além disso, a equipe brasileira desembolsou R$ 338 mil em diárias para servidores, R$ 498 mil em aluguel de veículos e R$ 25 mil na contratação de intérpretes, entre outros gastos.

Em resposta à Folha, o Itamaraty defende que o objetivo dessas viagens é recuperar a imagem do país no exterior e restabelecer relações comerciais com parceiros importantes, o que resulta na atração de investimentos estrangeiros em setores estratégicos que contribuem diretamente para a recuperação da economia nacional, estimulando a criação de empregos e a geração de renda.

Durante os encontros com outros líderes mundiais, Lula busca se posicionar como mediador no processo de paz para encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia. Contudo, até o momento, tem enfrentado críticas por suas declarações em apoio a Vladimir Putin, que ordenou a invasão ao país vizinho em fevereiro. Na última viagem à Europa, o jornal francês Libération chamou o presidente brasileiro de "decepção" e "inimigo do Ocidente".

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