Nicolao Dino, irmão do ministro Flávio Dino, também está na corrida, enquanto Augusto Aras enfrenta obstáculos em busca de uma possível reeleição.
A disputa pela vaga de Procurador-Geral da República (PGR) ganha contornos cada vez mais intensos nos bastidores políticos de Brasília. Desde a campanha eleitoral, o presidente Lula deixou claro que não respeitaria a lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para a sucessão de Augusto Aras na PGR. Com apenas três candidatos na lista deste ano, a votação será meramente uma formalidade para definir a ordem do trio. Sem a lista como referência, campanhas informais começam a surgir nos corredores da capital.
Dentre os candidatos, o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco, desponta como o mais bem cotado para ocupar a vaga. Sua representação do Ministério Público Eleitoral no julgamento que considerou o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível reforçou sua visibilidade e influência nesse cenário. Além disso, Gonet Branco conta com o apoio de Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal, com quem já foi sócio no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), e dos renomados advogados que compõem o grupo Prerrogativas.
Na disputa, também corre por fora Nicolao Dino, procurador e irmão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. O único empecilho apontado pelo presidente Lula é o parentesco, mas isso não diminui as chances de Dino, que já esteve presente em duas listas tríplices anteriores (2017 e 2021). Carlos Frederico Santos, procurador responsável pelo grupo de investigação dos atos de 8 de janeiro, também é um nome elogiado, porém sua proximidade com o atual procurador-geral da República pode pesar negativamente em sua candidatura.
Por fim, existe a possibilidade de Augusto Aras permanecer no cargo, mas a cumplicidade demonstrada com o ex-presidente Jair Bolsonaro deve frear suas pretensões de uma possível reeleição. O cenário político promete ser intenso e repleto de reviravoltas nos próximos meses, à medida que a disputa pela vaga de PGR se desenrola.