Saúde

Cerca de 30% dos brasileiros são hipertensos

Evento online, dia 24 de abril, com 12 horas de duração, abordará todos os 18 capítulos que integram a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2020.Programação celebra Dia Nacional de Prevenção e Combate à doença

Por Redaçao

26/04/2021 às 08:46:47 - Atualizado há

O Brasil celebra em 26 de abril o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, data para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico preventivo e do tratamento da doença, que mata mais de dez milhões de pessoas por ano no mundo. Cerca de 30% dos brasileiros são hipertensos.

A hipertensão arterial é uma doença crônica não transmissível (DCNT) definida por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ou medicamentoso) superam os riscos.

É caracterizada pela elevação sustentada dos níveis de pressão arterial, acima de 140/90 mmHg (milímetros de mercúrio), popularmente conhecida como 14/9 – o primeiro número se refere à pressão máxima ou sistólica, que corresponde à contração do coração; o segundo, à pressão do movimento de diástole, quando o coração relaxa.

Por se tratar de condição frequentemente assintomática, a hipertensão costuma evoluir com alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-alvo, como coração, cérebro, rins e vasos. Ela é o principal fator de risco modificável com associação independente, linear e contínua para doenças cardiovasculares – entre elas o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular cerebral (AVC), doença renal crônica e morte prematura. Associa-se a fatores de risco metabólicos para as doenças dos sistemas cardiocirculatório e renal, como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes.

Sua identificação e tratamento precoces, reduzem a mortalidade por causas cardiovasculares. Pode estar relacionada a 80% dos casos de AVC e 60% dos casos de IAM. Hipertensos, assim como outros cardiopatas e portadores de doenças crônicas têm possibilidade de maiores complicações pela Corona Vírus.

"Cardiopatas e pacientes com doenças crônicas não devem suspender seus tratamentos por conta da infecção pelo novo coronavírus. As medicações que fazem os ajudarão a proteger o organismo, de forma a permitir uma evolução mais favorável da Corona Vírus", atesta o presidente do Departamento de Hipertensão Arterial (DHA) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Audes Feitosa.

O cardiologista apontou obesidade, tabagismo, sedentarismo, histórico familiar, estresse e envelhecimento como fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão. O sobrepeso e a obesidade podem acelerar em até 10 anos o aparecimento da doença, assim como o consumo exagerado de sal, que associado a hábitos alimentares não adequados também colaboram para o surgimento da doença.

Ao reconhecer qualquer um dos sintomas, como alteração do movimento e/ou da sensibilidade em uma parte do corpo; dificuldade de fala ou compreensão; dor de cabeça intensa e súbita; tontura ou alteração no equilíbrio; alteração da visão e/ou dificuldade para enxergar, náusea ou vômito, dificuldade para engolir e/ou perda da consciência (desmaio) – é importante procurar ajuda médica, pois os profissionais de saúde têm um curto espaço de tempo para atuar: a cada minuto, milhões de neurônios podem ser perdidos durante um AVC. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maior é a chance de recuperação.

Feitosa destaca que a hipertensão tem fatores de risco que são modificáveis e outros não modificáveis, como predisposição genética e envelhecimento. Por isso é de fundamental importância trabalhar aqueles que são passíveis de mudança, o que inclui: manter uma rotina saudável, tendo uma alimentação balanceada e evitando o sedentarismo – e consequentemente o sobrepeso e a obesidade.

O hábito de fumar, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, diabetes e outras doenças com causa cardíaca fazem parte do conjunto de fatores de risco. "Além disso, se possível, é importante também que a pessoa tente combater o estresse", complementa o presidente do DHA/SBC.

Maratona

Para celebrar o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, o DHA/SBC realiza no dia 24 de abril a Maratona das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial 2020, a maior imersão em todos os conteúdos relacionados ao tema.

Serão 12h de uma programação ininterrupta, ao vivo, com os maiores especialistas do País, debatendo as diretrizes que foram atualizadas em novembro do ano passado. Cada um dos 18 capítulos será apresentado e debatido em sequência. Cada apresentação de 40 minutos será conduzida pelo próprio coordenador do capítulo. O evento será online, das 9h às 21h e tem inscrições gratuitas, que podem ser realizadas AQUI.

"Um evento como este é importante para a comunidade médica em geral e não apenas para a Cardiologia. A hipertensão é a doença mais prevalente e a que mais mata no mundo. Mais de 10 milhões de pessoas morrem por ano no mundo. Convidamos todos os médicos clínicos, de saúde da família, todos aqueles que tratam a hipertensão no País para se atualizarem conosco. Em novembro de 2020 foi editada a última versão da Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial e nós vamos abordar todo o conteúdo na íntegra", reitera Feitosa.

Diretriz

Em 2020, a SBC, através do DHA, em parceria com as Sociedades Brasileiras de Hipertensão e Nefrologia, trabalhou na construção das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial 2020. O resultado desse esforço conjunto e da colaboração de mais de 90 experts é um documento robusto, rico em atualizações e capaz de promover avanços no contexto do diagnóstico, avaliação clínica, estratificação, tratamento e controle da doença hipertensiva nos seus diversos cenários. Acesse a publicação AQUI.

Segundo as diretrizes, os índices de controle da hipertensão arterial ainda são insatisfatórios no Brasil. Os motivos para a falta de controle dos hipertensos são diversos, mas um dos fatores de maior peso neste cenário é a falta de adesão ao tratamento.

A adesão ao tratamento é um processo complexo e multidimensional no qual se identificam barreiras relacionadas com as condições sociodemográficas, o tratamento medicamentoso, os sistemas de saúde, o paciente, e a doença propriamente dita.

Os problemas de adesão nem sempre são fáceis de se detectar, e quantificá-los é ainda mais difícil. Medir a adesão ao tratamento é uma tarefa complexa. Não há um método considerado padrão-ouro que represente as várias dimensões que envolvem o processo.

Comunicar erro
GG Noticias

© 2024 GG Noticias - Todos os direitos reservados.

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

GG Noticias