Pesquisadores da Universidade de Ciência e Saúde de Oregon conduziram um estudo que revelou que o uso contínuo do principal composto psicoativo da cannabis, o tetrahidrocanabinol (THC), pode afetar a quantidade de espermatozóides e alterar o tecido testicular.
De acordo com a pesquisa, "a análise indicou que o uso crônico de THC resultou em uma redução significativa no tamanho dos testículos e interferiu nos hormônios produtivos masculinos, ambos afetando negativamente a fertilidade em geral".
No entanto, os pesquisadores descobriram que a interrupção do uso contínuo da maconha por um período mínimo de quatro meses pode reduzir parcialmente os efeitos adversos à saúde reprodutiva masculina em primatas não humanos.
Durante o estudo, foram administradas doses progressivas da substância psicoativa por um período de sete meses, levando aos resultados das análises.
A pesquisa revelou que a exposição ao THC não só afetou os testículos, mas também resultou em alterações na regulação de genes importantes para o desenvolvimento do sistema nervoso, incluindo aqueles relacionados ao transtorno do espectro autista (TEA).
"É crucial que continuemos pesquisando, compreendendo e educando sobre as implicações do THC na saúde reprodutiva, especialmente porque seu uso está em ascensão entre indivíduos em idade reprodutiva e mais estados estão legalizando a cannabis. Isso nos permitirá oferecer recomendações mais informadas e sólidas para pacientes que estejam planejando ter filhos ou tentando engravidar", afirmou o professor Jamie Lo, um dos autores do estudo, em entrevista ao portal EurekAlert!.
Os cientistas estão defendendo a realização de mais pesquisas para aprofundar o conhecimento sobre os impactos da maconha na saúde reprodutiva, bem como os mecanismos de reversão.
"Quanto mais entendermos e definirmos este problema, melhor informação poderemos fornecer aos pacientes para otimizar sua saúde reprodutiva", acrescentou o professor Jason C. Hedges.
A equipe de pesquisa planeja expandir as investigações, testando os efeitos do psicoativo em períodos de tempo mais longos e utilizando diferentes métodos de consumo, como vaping.