Internacional

Coreia do Norte: Bebê de 2 anos condenado à prisão perpétua por pais encontrarem-se com Bíblia

Relatório Internacional de Liberdade Religiosa revela a dura realidade dos cristãos no país mais fechado do mundo

Por Redação

06/06/2023 às 19:00:00 - Atualizado há
Reuters

No obscuro cenário da Coreia do Norte, um país que ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de perseguição aos cristãos, uma história chocante de injustiça e repressão veio à tona. Um bebê de apenas 2 anos, juntamente com toda a sua família, foi condenado à prisão perpétua após seus pais serem flagrados com uma Bíblia, de acordo com o recente Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2022 dos Estados Unidos.

Embora o caso tenha ocorrido em 2009, somente agora veio à luz por meio do novo relatório sobre religião dos EUA, elaborado pelo Departamento de Estado. Segundo esse documento alarmante, estima-se que pelo menos 70 mil cristãos estejam atualmente presos na Coreia do Norte por professarem sua fé em Jesus Cristo. Além disso, estima-se que entre 200 mil e 400 mil cristãos vivam clandestinamente, enfrentando uma realidade onde o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião é cruelmente negado.

António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), ressaltou a gravidade da situação: "O direito à liberdade de pensamento, consciência e religião na Coreia do Norte continua a ser negado, sem a tolerância de sistemas de crença alternativos por parte das autoridades". Essa constatação enfatiza a realidade sombria e desumana enfrentada pelos cristãos norte-coreanos.

A posse de uma cópia da Bíblia é considerada um crime gravíssimo na Coreia do Norte, punível com pena de morte para o infrator e com prisão perpétua para sua família. Além disso, os cristãos são frequentemente enviados a campos de trabalho forçado, sendo tratados como prisioneiros políticos. Infelizmente, as mulheres e meninas cristãs são alvos de abusos e estupros por parte das autoridades, como uma tentativa de oposição aos princípios bíblicos de pureza sexual.

Os cristãos também são submetidos a abortos forçados, enquanto nas prisões norte-coreanas são torturados de forma cruel. Homens cristãos enfrentam discriminação em instituições educacionais e locais de trabalho, além de sofrerem abusos físicos nos campos de trabalho forçado.

É um fato estarrecedor que a Coreia do Norte ocupe o primeiro lugar na Lista Mundial de Perseguição aos cristãos, elaborada anualmente pela organização cristã Portas Abertas desde 1993. A opressão comunista e a paranoia ditatorial são as principais formas de perseguição enfrentadas pelos cristãos nesse país. O regime comunista norte-coreano, liderado atualmente pelo ditador Kim Jong-un, tem tentado extinguir o cristianismo há décadas, ciente do papel que a igreja desempenhou no colapso da Cortina de Ferro na Europa nos anos 1980.

A correspondente da Ásia do jornal britânico The Telegraph, Nicola Smith, descreve o regime com precisão: "As descobertas refletem a paranoia do regime em relação às minorias religiosas e sua falta de tolerância para qualquer crença que não seja a devoção absoluta à família governante Kim, enquanto procuram manter seu controle de ferro no poder."

Relatórios de organizações como a Associação Internacional de Advogados e o Comitê de Direitos Humanos na Coreia do Norte confirmam o tratamento brutal e desumano reservado aos cristãos nas prisões norte-coreanas. Detenções prolongadas, interrogatórios sob tortura e forçá-los a incriminar outros são apenas algumas das terríveis práticas relatadas.

A recente imposição da Lei do Pensamento Antirreacionário na Coreia do Norte tornou ainda mais perigoso ser cristão ou possuir uma Bíblia, classificando essas ações como crimes graves e sujeitos a severas punições. Embora o país possua igrejas legalizadas, refugiados norte-coreanos afirmam que são apenas fachadas, criadas para dar uma falsa imagem de democracia e tolerância ao regime comunista.

Parceiros do Portas Abertas têm desempenhado um papel crucial em manter cerca de 80 mil cristãos norte-coreanos vivos, fornecendo alimentos e ajuda por meio de redes secretas na China. Esses esforços são fundamentais para oferecer uma esperança mínima em meio à terrível perseguição enfrentada pelos seguidores de Cristo na Coreia do Norte.

A história do bebê de 2 anos condenado à prisão perpétua é um triste exemplo da brutalidade e repressão que permeiam a vida dos cristãos norte-coreanos. Essa trágica narrativa ilustra a urgência de conscientizar o mundo sobre a realidade enfrentada por essas pessoas corajosas e a necessidade de se buscar soluções efetivas para garantir a liberdade religiosa e o respeito aos direitos humanos em todas as partes do globo.

Que essa história desperte a empatia e a ação da comunidade internacional para denunciar e combater a perseguição aos cristãos na Coreia do Norte e em todos os lugares onde a liberdade religiosa está sob ameaça. A luta pela justiça e pelos direitos humanos deve ser incansável, até que cada pessoa possa adorar e praticar sua fé livremente, sem temer por sua vida ou a de sua família.

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