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Luto na música: Luiz Schiavon, fundador do RPM, nos deixa aos 64 anos

O talentoso tecladista perde a batalha para uma doença autoimune, deixando um legado inesquecível

Por Redação

15/06/2023 às 13:30:00 - Atualizado há
Odival Reis

Nesta triste quinta-feira (15), o mundo da música chora a perda de um dos seus grandes ícones. Luiz Schiavon, o excepcional tecladista e fundador da lendária banda RPM, nos deixou aos 64 anos. Após uma incansável luta contra uma doença autoimune que o acompanhava há quatro anos, o músico não resistiu às complicações decorrentes de uma cirurgia. A triste notícia foi confirmada pela família de Schiavon por meio das redes sociais.

Internado no Hospital São Luiz, em Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo, Luiz Schiavon foi uma figura de destaque no mundo da música. Sua contribuição como maestro, compositor, fundador e, é claro, tecladista do RPM o transformou em uma verdadeira lenda. No entanto, para sua família, ele sempre foi muito mais do que isso. Era um filho, sobrinho, marido, pai e amigo exemplar, cuja ausência será profundamente sentida.

Antes de sua mais recente internação, Schiavon passou incríveis 18 meses hospitalizado. Seu espírito guerreiro e sua dedicação à música e aos fãs eram inegáveis. Agora, enquanto nos despedimos desse talento brilhante, é importante que o recordemos por sua maestria e pela energia contagiante de sua música. Schiavon deixa para trás um legado inestimável, que continuará ecoando em nossos corações.

Para aqueles que tiveram a sorte de conviver com Luiz Schiavon, a família faz um pedido emocionado: despeçam-se dele ouvindo seus acordes, prestando homenagens nas redes sociais, revistas e jornais, ou simplesmente lembrando-o com carinho. Ele sempre teve um amor imenso por todos que estiveram ao seu lado ao longo de sua jornada.

A história de Schiavon começou em uma família de classe média. Ainda jovem, aos 7 anos, ele foi introduzido ao piano, embora inicialmente relutasse, por insistência de sua mãe, Dona Edméia. Aos 19 anos, formou-se em música no Conservatório Mário de Andrade, em São Paulo. Embora fosse um talentoso pianista clássico, seu coração se apaixonou pelo rock progressivo, levando-o a formar uma banda cover do Deep Purple. Foi nessa época que ele conheceu Paulo Ricardo, que namorava sua vizinha, e juntos deram origem à banda Aura. O RPM foi oficialmente fundado em 1983, após a experiência de Paulo Ricardo na Europa. Schiavon já estava fortemente influenciado pela música eletrônica, que na época estava em ascensão com a introdução de inúmeros instrumentos novos, incluindo sintetizadores e computadores que ampliaram as possibilidades musicais.

Sob a genialidade de Schiavon e Paulo Ricardo, o RPM compôs suas primeiras músicas, como "Olhar 43", "A cruz e a espada" e "Revoluções por minuto". Após uma recusa da CBS, a banda conseguiu um contrato com a Sony e lançou seu primeiro compacto em 1984, apresentando as canções "Louras geladas" e "Revoluções por minuto", esta última censurada na época. O sucesso de "Olhar 43" nas rádios abriu as portas para o grupo gravar seu primeiro álbum, "Revoluções por minuto", que chegou às prateleiras em 1985. Esse lançamento se tornou um marco na trajetória de Luiz Schiavon e do RPM, elevando-os ao status de fenômeno em todo o Brasil. A assinatura synth-pop dos teclados de Schiavon e a sensualidade de Paulo Ricardo se tornaram marcas inconfundíveis da banda. Em 1986, o disco "Rádio Pirata Ao Vivo" vendeu incríveis 3,5 milhões de cópias, consolidando ainda mais a força do RPM.

Apesar do sucesso avassalador, o RPM já mostrava sinais de tensões internas entre os integrantes. O grupo chegou a se separar em 1987, mas logo retomou os trabalhos para gravar o segundo álbum de estúdio, "Quatro coiotes", em 1988. No ano seguinte, ocorreu uma nova separação.

Somente em 2001, o RPM se reuniu novamente em sua formação clássica, com Paulo Pagni na bateria e Fernando Deluqui na guitarra. No ano seguinte, lançaram o disco "MTV RPM 2002", que também ganhou uma versão em DVD e apresentou canções inéditas. Após a turnê desse álbum, o RPM se separou mais uma vez, desta vez devido a conflitos entre os integrantes da banda e Paulo Ricardo, que registrou os direitos da marca RPM em seu nome, dando início a uma longa batalha judicial. Apesar das adversidades, o RPM se reuniu em outras ocasiões, como na gravação do álbum "Elektra", em 2010.

Além de sua notável carreira no RPM, Schiavon também se destacou na criação de trilhas sonoras para a televisão, incluindo as novelas "Rei do Gado", "Terra Nostra" e "Esperança", nas quais escreveu canções originais e selecionou músicas que se tornaram parte integrante das tramas. Entre 2004 e 2010, ele ocupou o cargo de diretor musical do programa "Domingão do Faustão", onde frequentemente interagia ao vivo com o apresentador do programa de auditório.

Luiz Schiavon deixou uma marca indelével na história da música brasileira. Sua genialidade como tecladista e sua paixão pela música serão lembradas para sempre. Neste momento de despedida, compartilhamos o luto com a família, amigos e fãs, e expressamos nossa gratidão por sua contribuição inestimável para a arte musical. Que sua música continue ecoando, inspirando gerações futuras e mantendo vivo o legado de um dos grandes ícones do rock brasileiro. Descanse em paz, Luiz Schiavon.

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