Internacional

Tradição controversa: Caçadores nas Ilhas Faroe matam mais de 500 golfinhos, gerando indignação global

Prática de caça conhecida como "grindadrap" é questionada por ambientalistas e gera debate sobre direitos dos animais

Por Redação

15/06/2023 às 23:15:00 - Atualizado há
AFP

Nas pitorescas Ilhas Faroe, um território autônomo da Dinamarca no Atlântico Norte, a retomada de uma polêmica tradição de caça tem gerado indignação global. Pescadores locais mataram mais de 500 golfinhos desde o início da temporada em maio, conforme relataram autoridades das Ilhas Faroe nesta quinta-feira. A prática, conhecida como "grindadrap" ou "grind", envolve cercar baleias-piloto e golfinhos com barcos de pesca, conduzindo-os até uma baía rasa onde são encurralados e posteriormente mortos a facadas.

As imagens dessa caçada sangrenta são impactantes e ganham manchetes ao redor do mundo a cada verão, despertando revolta entre os defensores dos direitos dos animais, que consideram essa prática como bárbara. "Ontem ocorreram dois 'grinds', um com 266 capturas e outro com 180, de acordo com os primeiros relatórios", informou um porta-voz do governo das Ilhas Faroe à AFP. Esses dois eventos elevam para cinco o número de caçadas desse tipo até o momento nesta temporada.

A ONG ambiental Sea Shepherd, que conseguiu interromper a caçada em 2014 com seus barcos, criticou o fato de que as embarcações da marinha dinamarquesa estão autorizadas a intervir para impedir que os ativistas ambientais atrapalhem a caçada. Essa permissão tem gerado controvérsia e levantado questões sobre o equilíbrio entre as tradições locais e a proteção dos animais.

Apesar das críticas, a caça de golfinhos ainda conta com amplo apoio nas Ilhas Faroe. Os moradores da região afirmam que essa prática faz parte de sua cultura ancestral e que os animais servem como alimento para a população local há séculos. Eles acusam a imprensa e ONGs estrangeiras de desrespeitarem suas tradições e tentarem impor seus valores.

Em 2022, o governo das Ilhas Faroe impôs uma limitação de 500 golfinhos-de-cara-branca do Atlântico que poderiam ser mortos por ano, após uma matança que resultou na morte de mais de 1.400 animais e gerou protestos, inclusive entre os próprios habitantes locais. Essa medida visava equilibrar a tradição cultural com a necessidade de preservar a biodiversidade marinha.



Imagens Fortes:



AFP

AFP

AFP



Comunicar erro
GG Noticias

© 2024 GG Noticias - Todos os direitos reservados.

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

GG Noticias