Dia Mundial do Orgulho Autista: Debates sobre Diagnóstico e Condições para Desenvolvimento

No dia 18 de junho, comemora-se o Dia Mundial do Orgulho Autista, uma data criada com o objetivo de levar mais informações sobre o transtorno e promover debates em prol do diagnóstico precoce e do desenvolvimento adequado das pessoas com autismo ao longo de suas vidas. Desde sua criação, em 2005, essa celebração busca ampliar a conscientização e combater o preconceito em relação ao autismo.

Gleiciane Alves, psicopedagoga e mãe de três filhos, dois deles autistas, destaca a particularidade de cada um de seus filhos, mesmo compartilhando o mesmo diagnóstico. Ela ressalta que cada pessoa com autismo se desenvolve de forma única e demanda cuidados específicos. Enquanto um de seus filhos demonstra maior independência em tarefas como se vestir e possui facilidade nos estudos e na compreensão, o outro enfrenta desafios motores e falta de noção de perigo.

É fundamental que o apoio para lidar com o autismo seja amplo e estendido não apenas à pessoa diagnosticada, mas também aos pais e familiares. Rosana Helcias, mãe de Matheus, um jovem autista de 19 anos, ressalta a importância de os pais estarem bem emocionalmente para transmitir estabilidade aos seus filhos. Ela destaca que o comportamento dos pais influencia diretamente o comportamento dos autistas. Além disso, Matheus faz terapia desde os 8 anos, o que contribui para seu desenvolvimento e bem-estar.

Um dos principais objetivos do Dia Mundial do Orgulho Autista é promover debates sobre o tema e combater o preconceito. Gleiciane Alves enfatiza a necessidade de divulgar as necessidades específicas das pessoas autistas, visando garantir seus direitos. Ela destaca a importância de conscientizar a sociedade sobre a inclusão dessas pessoas em diversos contextos, como escola, mercado de trabalho, shoppings, viagens e transporte público. A busca por um ambiente verdadeiramente acessível para os autistas é fundamental.

Embora o diagnóstico do autismo seja mais comum na infância, ele não se limita a essa fase da vida. Ter acesso ao diagnóstico, independentemente da idade, é crucial para garantir uma melhor qualidade de vida. Fabiane França Reis, fisioterapeuta que foi diagnosticada com autismo já na vida adulta, destaca as dificuldades enfrentadas por pessoas que buscam o diagnóstico e o tratamento adequado na fase adulta. Ela ressalta a escassez de profissionais especializados nesse tipo de diagnóstico e a falta de opções de tratamento voltadas para adultos autistas.

Neste Dia Mundial do Orgulho Autista, é essencial que a sociedade se engaje na promoção da conscientização, na disseminação de informações sobre o autismo e na luta por direitos e inclusão. A valorização do diagnóstico precoce, a ampliação do acesso a tratamentos adequados e a criação de ambientes acessíveis a todos são passos importantes para construir uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para as pessoas autistas.