Internacional

Putin denuncia traição de mercenários do Grupo Wagner e promete retaliação

Presidente russo classifica rebelião como uma "facada nas costas" e garante punição aos envolvidos

Por Redação

24/06/2023 às 12:33:30 - Atualizado há
Foto: Reuters

Numa reviravolta chocante, o presidente russo, Vladimir Putin, fez um pronunciamento contundente no sábado (24) em resposta à rebelião liderada pelo Grupo Wagner, uma organização paramilitar aliada ao governo russo. Putin chamou a ação de "facada nas costas" e prometeu punir todos os traidores que se voltaram contra as Forças Armadas do país. O líder russo falou à nação depois que o comandante do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, anunciou sua intenção de depor o comando militar russo, tomar o controle de instalações militares em Rostov-on-Don e Voronezh, e ameaçar avançar em direção a Moscou, onde a segurança foi intensificada.

Após o pronunciamento de Putin, Prigozhin reagiu novamente, rejeitando as acusações de traição feitas pelo presidente russo. Durante seu discurso, Vladimir Putin enfatizou que a resposta à rebelião seria severa e que todos os envolvidos seriam punidos. O presidente afirmou que as Forças Armadas russas já receberam todas as ordens necessárias para lidar com a situação. "Essa é uma traição à Rússia, ao nosso povo. E nossas ações para defender a pátria contra essa ameaça serão firmes", declarou Putin.

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Putin também dirigiu um apelo às pessoas que foram "enganadas", referindo-se aos mercenários do Grupo Wagner, ordenando que abandonem quaisquer atividades criminosas. Ele reconheceu a complexidade da situação em Rostov-on-Don, cidade que foi tomada pelo Grupo Wagner, mas assegurou que o governo tomará medidas para estabilizar a situação.

O presidente russo deixou claro que será necessário "unir forças", colocando as diferenças de lado em prol da segurança e da estabilidade do país. Segundo autoridades russas citadas pela agência de notícias Associated Press, os mercenários de Wagner teriam ingressado na província de Lipetsk, localizada a 360 quilômetros ao sul de Moscou.

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Em meio ao conflito, surgiram rumores de que Putin teria deixado Moscou, porém, o porta-voz do governo, Dmitri Peskov, negou essa informação à agência de notícias Ria Novosti. Mesmo assim, o aumento da movimentação nas ruas levou ao reforço da segurança na capital russa, e Sergei Sobyanin, prefeito de Moscou, anunciou a implementação de medidas antiterroristas.

O Grupo Wagner é uma organização paramilitar com vínculos estreitos com o governo russo. Formado em 2014 por ex-soldados de elite altamente qualificados, o grupo inicialmente lutou ao lado da Rússia na guerra contra a Ucrânia. Com a expansão do conflito, acredita-se que o Grupo Wagner tenha ampliado suas fileiras recrutando prisioneiros para combater em prol da Rússia. Esses mercenários desempenharam um papel crucial na linha de frente e participaram de várias batalhas, incluindo a conquista de Bakhmut.

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A relação entre o grupo e o Ministério da Defesa da Rússia já estava tensa há meses. Na sexta-feira (23), a crise se intensificou quando Yevgeny Prigozhin acusou o governo russo de atacar acampamentos do Grupo Wagner, prometendo retaliação. O Ministério da Defesa rapidamente negou essas acusações, classificando-as como uma provocação. O procurador-geral da Rússia abriu uma investigação contra Prigozhin por suspeita de organizar uma rebelião armada.

Embora as autoridades russas tenham reforçado a segurança em Moscou e o prefeito de Rostov-on-Don tenha pedido que a população permaneça em casa, a situação continua volátil e as tensões permanecem altas. A Rússia está diante de um desafio interno de grande magnitude, e a forma como Putin lidará com essa rebelião e suas consequências será decisiva para o futuro do país. A nação está ansiosa por respostas e por medidas firmes que restabeleçam a ordem e a segurança.

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